

Prematuridade e neotenia
“Nós humanos nascemos já o sendo, mas só depois o somos totalmente” Fernando Savater
É considerado, unanimemente, que aquilo que difere os homens dos outros animais será o seu inacabamento biológico. Isto é, assim que os animais nascem estão já preparados para as tarefas que terão de desempenhar ao longo da sua vida, o que não acontece com os seres humanos.
O facto de o período de infância do bebé humano ser consideravelmente longo, deve-se por este não apresentar as suas competências completamente desenvolvidas quando nasce, ou seja a infância é o espaço de tempo em que a criança se desenvolve quer fisicamente como psicologicamente, ficando o crescimento físico apenas completo depois dos 20 anos e a sua capacidade de aprendizagem confinada até ao estado adulto.
No entanto, nem todos os indivíduos se desenvolvem com a mesma rapidez. Este atraso designa-se por neotenia, isto é, a conservação do estado infantil na idade adulta, ficando durante mais tempo dependente dos agentes maternantes.Apesar do termo “neotenia” parecer ser uma desvantagem, vários psicólogos e sociólogos acreditam que existem inúmeras vantagens neste atraso.
A sua natureza subdesenvolvida faz com que o ser humano se torne num ser versátil, ou seja que se adapte ao meio mais facilmente e que crie a sua própria forma de viver e ver o meio ambiente.
É possível então concluir que é graças a esta capacidade continuada de aprender e responder às mais variadas situações a que são confrontados todos os dias, que os seres humanos evoluem, sendo tão moldável a qualquer condição ou ambiente e faz realmente verificar que é o seu cérebro que os torna animais extremamente avançados em relação a todas as outras espécies.